No
dia em que cheguei ao Porto matei minha saudade das legítimas sardinhas
portuguesas.
Fomos
a Matosinhos, sentamos à uma explanada, era verão.
A
presença de minha amiga Ana Tinoco no aeroporto foi uma demonstração de carinho
e de acolhimento para alguém que ela não via há 17 anos.
Apesar
de não nos vermos, sempre estivemos a falar, pela internet.
E
à distância acompanhava o seu trabalho artístico.
Eu
tenho a sorte de ter amigos que se enraizaram em minha vida, como o amigo Luís
Costa, que foi me buscar ao aeroporto, e em cuja a casa, eu habito, em César.
Junto
com sua namorada Sandra, e a Ana, eles me proporcionaram uma recepção
agradável, desde o aeroporto, seguindo-se, após o almoço, à Foz, onde encontrei também com Mariana e sua
irmã, Martha.
Mariana
Figueroa é fotógrafa e velha amiga, da mesma Escola em que andamos, eu e Ana.
Fizemos
juntos algumas produções cinematográficas, como “Ana de Assis”, em São Lourenço,
e “Yó”, em Aveiro.
Falamos
de coisas banais mas havia entre nós mais profundidade que o mar à nossa
frente.
Era
um oceano de energia que nos unia às memórias das experiências que tivemos e
das vivências que cada um de nós pode ter desde que concluímos o curso da
Escola Superior Artística do Porto, ESAP.
A
vida aqui continuou com sua dinâmica da mesma forma que eu segui minha rota
para Itália, Cabo Verde, Brasil, tendo aqui retornado algumas vezes.
Os
transeuntes passavam contentes com seus óculos de sol, e os carros circulavam
lentamente para apreciar o movimento da Avenida Brasil.
Esta
via me trás lembranças dos tempos em que morava na Cantareira com a Célia
Gomes, de quem eu não esqueci, mas com quem ainda não falei desde que aqui
cheguei.
Nossos
contatos se interromperam cerca de 15 anos, eu bem que gostava de vê-la mas não
sei como fazê-lo.
Continuamos
nossa jornada neste primeiro domingo, eu e Luís, com direção a César, onde
moro.
Conversa
vai, conversa vem, adormecemos.
Francisco
Weyl
César,
Aveiro, 27 de Setembro de 2018
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