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Mostrando postagens de maio, 2019

A poesia do Sarau da Lua Minguante está de volta

O novo formato do Sarau da Lua Minguante, é virtual, através de leituras poéticas pela página do SARAU no Facebook, todos os meses, em noites de LUA MINGUANTE. Além disso, o SARAU tem espaço mensal na Rádio WEB Idade Mídia, que replica, no mês seguinte, o SARAU do mês anterior, O projeto reuniu dezenas de poetas em Bragança do Pará, entre 2015 e 2017, tendo realizado cortejos poéticos pelas ruas do Município, que fica no Nordeste do Estado, há cerca de 2h30 da capital Belém. Um destes cortejos, inclusive, foi transformado em documentário, que pode ser visualizado neste canal, no Youtube. Sem dúvida, estes noos formatos são uma forma de recordar as nossas sessões presenciais, de Bragança do Pará, onde os poetas se reuiam para ler e ouvir poemas e comungar da poesia que habita os corações humanos. Interessados em participar, podem enviar poemas para carpinteirodepoesia@gmail.com. Além de declamados online, os textos também são publicados na página do Sarau da Lua Minguante. Neste p

Depois do Sol

Em 2012, quando tinha cinco anos, Rudá me acordou, bem cedo e disse: Vamos ver o depois do sol, Chico (jamais me chamou de pai), então, peguei-o no colo, e o coloquei por sobre a janela, a ver aquela luz doirada da manhã beijar os prédios, luminosos, mas, fiquei o dia inteiro a pensar na frase-manifesto de seu desejo, ecm como, nestas sensações, o Rudá se relaciona com a sua memória cosmológica, porque, embora ele saiba que o por do sol faz-se à tardinha, logo cedinho ele o sente - e eu também senti com ele este conhecimento sensível - na pele, a temperatura da cor, e, mais que isto, todos estes momentos em que o universo - e só ele - nos permite viver a relação entre pai e filho, que nem sempre foi coisa que eu consegui experienciar em minha vida, com meus rebentos. E que a luz do sol nos abençoe, filhos! Fui buscá-lo à escola, mais cedo que de costume, apanhei-o antes das seis horas da tarde, tão logo me viu, ainda a descer as escadas, olhou-me nos olhos, e disparou: ainda dá tempo d

Sarau da Lua Minguante leva poesia para a Idade Mídia

O Sarau da Lua Minguante estreia na Idade Mídia WEB, a partir deste mês de Maio. Com um modo diferente de pensar e fazer rádio na Amazônia, a Idade Mídia vai transmitir o programa uma vez por mês, sempre nas luas minguantes. A estreia acontecerá no dia 26 de Maio, o programa dura uma hora. Produzido e apresentado pelo autodenominado Carpinteiro de Poesia Francisco Weyl, o Sarau é produzido na cidade do Porto, em Portugal. O projeto tem quatro anos, começou em 2015, em Bragança do Pará, onde reunia poetas do Município, entre estes, Diego Wayne, Girotto Brito, Edson Coelho. Chegou a realizar cortejos-itinerantes e a fez sessões no Sítio Nígria, de propriedade de Marivana Silva, e Walcyr Kauê, na Vila Sinhá, em Bragança do Pará. Uma destas sessões-cortejos se tornou documentário que pode ser assistido no Youtube (https://www.youtube.com/watch?v=qfsOIHf9XLI). O Sarau, entretanto, deixou de ocorrer , presencialmente, em 2017, mas assumiu um novo formato, virtual, em abril de 2019. F

Documentário sobre a presença de África em Portugal estreia em Mirandela

Quando se fala de África, logo se pensa em tragédias, guerras, ou em estereótipos étnicos e culturais. Isso porque o mundo branco jamais superou a barreira do preconceito, seja Institucional ou social. O mundo branco mantém-se na mesma fronteira da dominação, da exploração, e muito eventualmente constitui relações de trocas desinteressadas com as nações africanas. Toda vez que eu penso em África, eu repenso a minha própria ancestralidade. Amazônida, sou filho de índios e de negros, misturado com branco. E todas estas culturas se compõem no Ser que eu sou, que não nega as suas raízes. A África é Diáspora. Uma Diáspora em si própria. E para além de suas fronteiras. Com seus filhos deserdados. E desterrados. Em busca de sonhos que os querem realizados na sagrada Terra de onde partiram e na qual nasceram. E para onde sonham retornar. A África é a ancestralidade do mundo, entretanto seus conhecimentos, usurpados, lhes são negados. E uma névoa se sobrepõe à realidade, até que o

As agulhas e linhas de minha Mãe e as contas de minhas guias

Toda vez que eu vou meter uma linha numa agulha eu me recordo de minha Mãe, Dona Josefa, e de quanto eu ficava feliz por ela me pedir que a ajudasse quando ia costurar à máquina, em cujo pedal eu também brincava, quando ela não estava a trabalhar.  Talvez seja por isso que tenho uma fixação pela expressão bíblica de que é mais fácil um camelo passar num buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus.  Minha sábia Mãe era uma pessoa cuja humildade era absoluta.  Era também de uma paciência magnífica. E falava baixinho, apenas o necessário. Nestes dias, a fazer minhas guias, a passar com as linhas entre as contas, minha memória vai direto para a infância, e logo sinto a presença de mamãe, enquanto, em silêncio, medito e dialogo com ela. Recordo as roupas que fazia, algumas reaproveitava, de irmãos mais velhos, ou de amigos que faziam doações. Moça prendada do interior, tinha habilidades para trabalhos manuais e não abria mão de plantar hortaliças em pequenos espaços

#FEITIÇO (in progress): fazer-pensar magia no cinêma Amazônida

                   P ensar/fazer cinema é fazer/pensar memórias /nomadismos por entre (des )lugares , territórios /fronteiras para os quais são necessárias inúmeras viagens, cujos percursos/trajetos - para além das experiências - traduzem imagens/i-marginários, que nos impregnam e em cujas brumas desaparecemos. Pensar/fazer cinema memorial na Amazônia é, portanto, fazer/pensar cinematografias invisíveis, revisitar experiências de realizadores-ativistas e coletivos audiovisuais cujas histórias/memórias são narradas por vozes que (se) desejam falar e (se) fazer ouvir. É navegar, assim, por rios nunca navegados, até ilhas quase desaparecidas, perdidas em lembranças-pulsantes, à revelia de teorias/estratégias globais que usurpam/apagam tradições, pelo que o protagonista da História se desloca para (a partir do lado de) fora, colocar-se dentro de seu próprio lado, para se fazer comunicar, sob o seu próprio paradigma e de seus companheiros de curso.               É sobre essa experiê