Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2018

Maniçoba e Carimbó na festa da padroeira dos paraenses em Lisboa

Pessoa dotada de consciência social e que assume a sua história sem negar as suas raízes, é a mais importante difusora do Carimbó, além-mar. Feminista, ativista política de esquerda, combate o neoliberalismo e tem na cultura popular sua principal trincheira. E por isso já se tornou referência na produção de eventos multiculturais, nos quais as manifestações tradicionais entram em sintonia com o classicismo e a modernidade do Velho Continente. Graduada em Letras pela Universidade Federal do Pará, Bebel Luz, 40, trabalhou por 10 anos na Secretaria de Cultura do Estado do Pará e hoje finaliza o Mestrado em Cultura e Comunicação na Universidade de Lisboa, onde reside há quatro anos. Bebel mantém viva a sua produtora Amazon Black (cujo logo é uma negra rodeada por flores), onde realiza dois projetos, a BalacoBlack (primeira banda de blackmusic brasileira em Portugal), e a Amazônica, festa que ela organiza todos os meses em diversos espaços culturais e casas noturnas de Lisboa, c

Amujacy, palavra Tupy cujo sufixo significa LUA

Qual não foi a minha surpresa quando encontrei aqui no Porto uma vizinha de Bragança do Pará, a minha amiga Cilene Amujacy. Em companhia de seu amigo, também psicólogo, Lucivaldo Oliveira, Cilene estava por um tour pela Europa, tendo pousado em Lisboa, passado por Aveiro, e visitou o Porto antes de seguir até Paris. Encontramos numa bela tarde de verão na praça doas Aliados, depois caminhamos até a praça da República, para participar do ato contra o Racismo. Foi uma agradável tarde que serviu para fortalecer uma bela amizade além de conquistar novos amigos e amigas dedicados à causas sociais e artísticas, como a minha amiga Zeza Guedes, o César, a Alice, e a Adelaide. De seguida estivemos a ver um espetáculo de rua no âmbito do Festival Internacional de Circo do Porto, na praça dos Poveiros, onde sentamos por alguns instantes para conversar e apreciar o movimento frenético deste final de estação. Cilene é psicóloga do Hospital Santo Antônio Maria Zacarias, em Bragança do Pa

À porta da casa onde nasceu Mário de Sá Carneiro

Autor de «A Confissão de Lúcio», «Céu em Fogo», «Dispersão», «Indícios de Oiro», «Poesias», «As Cartas a Fernando Pessoa», MÁRIO DE SÁ CARNEIRO nasceu a 10 de Maio de 1890, neste prédio, na Rua da Conceição, nº 93/95, Freguesia de S. Nicolau, Lisboa. Suicidou-se em Paris, 26 de Abril de 1916. O motivo central da sua obra é o da crise de personalidade, a inadequação do que sente ao que desejaria sentir. (FOTO: Bebel Luz) NOTA: Foto captada pela produtora e pesquisadora Bebel Luz, na casa de quem estivemos hospedado durante o tempo em que estivemos em Lisboa, razão pela qual, num de nossos passeios pela baixa, não poderíamos escusar de passar adiante deste lugar, muito mais que um simples prédio, antes, um símbolo, um espaço de afetos e de memórias. Sobre Mário de Sá Carneiro, cheguei a produzir uma análise de seu poema DISPERSÃO, a partir das diversas leituras que fiz de sua obra, conteúdo que disponibilizarei neste blog, em breve.

O Porto em marcha

Mal cheguei e já me meti em três manifestações políticas púbicas realizadas na cidade do Porto. A primeira delas foi contra o Clima, no dia 8 de setembro, quando centenas de milhares de pessoas em 95 países dos 7 continentes saíram às ruas em mais de 900 ações na mobilização mundial “Rise for Climate”. A segunda, contra o Racismo, dia 15 de Setembro. E a terceira, por moradia. A maioria dos manifestantes era composta por jovens que faziam das praças e ruas um colorido que se desdobrava em alegria e esperança. A juventude tem uma importância no processo de consolidação da democracia e de enfrentamento do capital, que lhes assedia com objetos de sedução e de Poder, pela via dos quais as pessoas são incluídas numa sociedade que escapa à sua própria realidade. A ecologia humana passa pelas relações que os cidadãos   estabelecem entre si, nos espaços que ocupam de forma comunitária, com regras que devem respeitar as diferenças e proteger os despossuídos e excluídos. Ao contr

Om Gam Ganapataye Namaha Sharanan Ganesha

Ouço "Om Gam Ganapataye Namaha Sharanan Ganesha". E me deixo ir por sobre uma espécie de névoa que encobre os telhados dos pequenos prédios do Marquês. Enquanto isso, um pequeno grão de areia desenha no ar um poema de alma infinita. Da janela de meu quarto, vejo o Porto amanhecer da mesma forma que anoiteceu e madrugou: chuva, entre 15º e 18º. Minha cama sente a falta do corpo de meu filho, com quem adormeci estes últimos quinze dias em que ele cá esteve. Algures, na Alemanha, agora, ele pedala em direção à sua escola, há cerca de 6 quilômetros de sua casa, numa pequena aldeia da Baixa Saxônia. Com este tempo lacrimoso, contenho o mar de meu coração, para que ele não inunde de todo a vida que afinal de contas precisa respirar fundo. E seguir adiante... (Porto, 15/10/2018). Ganapataye!